Bourse de Commerce: Paris ganha novo espaço de arte contemporânea, mas não é só mais um

Postado por Angela Pepe  |  20/05/2021

Entre o prédio moderno do Centro Pompidou (a 900 metros) e o histórico Louvre (a 450 metros) está a Bolsa de Comércio. Um espaço arquitetônico que data do século 18 e agora chama a atenção no Centro restaurado. É patrimônio histórico-cultural refeito e preservado no coração da capital. A intervenção do século 21 projetada pelo japonês Tadao Ando segue em harmonia com a origem. “A arquitetura como uma união entre o passado, o presente e o futuro”, afirma Ando.


Lá dentro, uma coleção de 10 mil obras. É a reunião de 400 artistas atuais de diferentes origens e idades que se manifestam em todas as frentes. É o sincretismo artístico de novas possibilidades e olhares. Tivemos o convite de ver tudo antes da abertura oficial ao público. Acompanhados por jornalistas do mundo inteiro e mediadores culturais vimos montagens, esculturas, instalações, fotos, pinturas, colagens.

Dentre os 400 artistas, a presença do brasiliense Antonio Obá nos faz desacelerar o passo. Suas obras em cartaz pela primeira vez nos remetem ao menino que ele terá sido em Ceilândia nos anos 80. O destaque das cores, das referências religiosas, da natureza. Dá quase para sentir o cheiro do cerrado.


De galeria em galeria (são 7 no total) uma surpresa. Seja na técnica, seja na mensagem. Mas a instalação da rotonde, no círculo da Bolsa, nos faz refletir. Debaixo da cúpula banhada de luz natural (com quase 40 metros de altura) o suíço Urs Fischer posicionou esculturas de cera com pavios que se consumirão ao longo da exposição. Um retrato dos tempos atuais. A efemeridade de tudo. “É um monumento de impermanência, transformação, passagem do tempo, metamorfose e criação destrutiva”.


Todo o espaço é mantido pela iniciativa privada. Por um dos maiores colecionadores de arte do mundo, o bilionário francês François Pinault, 84. “ Tem muita obra de arte contemporânea. Talvez um pouco avant-garde que um público desavisado terá dificuldade de entender. Espero que ele tente compreender e abrir a mente. Assim, poderá ver as coisas de forma diferente daquela como caminha o mundo, a própria vida. É um remédio, o melhor", diz acreditar Pinault.

Para esse fim de semana de inauguração a visita é gratuita. Mas os ingressos se esgotaram no dia da abertura das reservas. Se quiser visitar ou saber mais sobre arte contemporânea, escreva-nos.

Fotos e texto por Brasil Europa, reprodução autorizada com crédito para @beangelapepe



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