A previsão era de chuva, mas tivemos sol e trajeto tranquilo nos 900 metros em linha reta que separa o Centro Pompidou da Bourse de Commerce. Duas mecas da arte contemporânea no coração de Paris. A ocasião – mesmo se fosse debaixo d´água – abertura da exposição monográfica das esculturas de Charles Ray. Cerca de quarenta obras ao total divididas e instaladas numa instituição e noutra. “Um sonho realizado”, disse Ray timidamente em breve depoimento junto aos curadores diante de dezenas de jornalistas no Centro Pompidou.
Burger, 2021. Em fibra de vidro. Na Bourse. Ao fundo, pela janela, vemos o Centre Pompidou.
Esculturas em aço, fibra de vidro, madeira, mármore, papel em diversos tamanhos retraçam a carreira de quase 50 anos do americano nascido em 1953 em Chicago. Atualmente, vive e trabalha em Los Angeles, mas deve virar cidadão francês e passar mais tempo na Europa.
Unbaled truck, 2021. De ferro velho. Debaixo da cúpula da Bourse.
Uma logística inédita
Segundo os organizadores, ambas exposições foram pensadas de forma distinta, mas complementar. De acordo com dois pontos de vista diferentes: por um lado, graças ao diálogo do artista com Jean-Pierre Criqui para o Centro Pompidou. De outro, a partilha do pensamento de Ray e Caroline Bourgeois para a coleção Pinault da Bourse de Commerce. Vai até dia 6 de junho na Bourse e 20 de junho no Pompidou.
Huck and Jim, 2014, em fibra de vidro. No Pompidou.
Outra exposição com logística inédita em Paris: Saint Laurent em seis museus
Também numa organização partilhada, até dia 15 de maio, uma exposição em comemoração aos 60 anos do primeiro desfile de Yves Saint Laurent tomou conta da capital. Espalhada por seis museus de Paris, vemos obras e modelos do designer no Centro Pompidou, museu de Arte Moderna, Louvre, Orsay, Picasso e no próprio museu do Saint Laurent.